Sabe aquela sensação de entrar em uma banca de jornal e abrir várias revistas diferentes? Imagino que não. Mas, apesar desse exemplo meio cringe, tenho certeza que você saberia bem o que esperar se abrisse uma revista Vogue, por exemplo: Moda, Beleza, Cultura, Negócios. Agora pense na Quatro Rodas, na Forbes ou na Caras. Cada uma delas traz suas sessões próprias que se repetem em todas as edições da revista.
Isso é o que nós chamamos de Editorias: conteúdos recorrentes, com formato e objetivos específicos. E isso vale tanto para revistas, como para o seu conteúdo. Pense que o Instagram é uma grande banca de jornal. Cada perfil tem sua capa, sua linguagem própria, seu tema central (ou seja, seu nicho) e suas editorias, que também podem ser chamadas de subtemas.
Sabe aquela foto #tbt que você posta toda quinta-feira, trazendo uma memória que conta parte da história da sua vida ou do seu negócio? Ou aquele quadro nos stories que já virou quase um ritual? Pode ser até um estilo de reels que você resolveu chamar de seu. Viu só? Aposto que você já tem pelo menos uma Editoria consolidada em seu perfil, mesmo que nem tenha se dado conta disso.
Agora veja só como criar sua linha editorial
Um ponto importante aqui. Você já sabe que editorias são os subtemas dentro do seu tema central. Mas, a Linha Editorial vai um pouco além disso. Quer um exemplo prático? Mário Sérgio Cortella é professor e filósofo. Luiz Felipe Pondé também. Disso, você poderia concluir que ambos teriam as mesmas editorias em suas revistas, ops, perfis no Instagram, certo? Pode até ser. Mas, bastam poucos minutos para perceber a diferença gritante entre eles. Dá uma olhada nesse vídeo do Cortella. Agora compare com esse outro do Pondé. Veja como um é meio fofo e acolhedor, enquanto o outro tem um estilão sarcástico com toques de humor ácido.
Apesar de ambos serem gênios e falarem sobre o mesmo assunto, cada um tem seu estilo único que serve para atrair pessoas que se identificam com aquela pegada. Olha como dá para construir comunidades fortes até em torno de Filosofia. Disso, você percebe que Linha editorial é a soma dos seus subtemas com sua voz, seu estilo, o tom da sua comunicação e sua identidade, ou seja, é uma combinação de estrutura e identidade. Na prática funciona assim:
ESTRUTURA
Em termos de estrutura de conteúdo, podemos dizer que suas editorias podem ter formatos próprios. Por exemplo, o Tudo é Marketing do @paulocuenca nasceu em forma de vídeo e agora foi parar no meu feed com cara nova, a Quinta do Cuenca rola sempre no Youtube e a Ferroada vai por e-mail toda quarta-feira. Fato é que você pode testar editorias diferentes em cada ferramenta do Instagram, o que deixa seu perfil muito mais dinâmico.
IDENTIDADE
Para a sua Linha Editorial chegar a outro nível, você precisa entender que, na verdade, ela vai além da sua estrutura de conteúdo, ela é formada também por todos os elementos que compõem a identidade do seu perfil. Isso quer dizer: sua forma de se expressar, sua autoimagem, o tipo de design e o “tom de voz” que adota em suas postagens, as referências que usa e os valores que você defende em seu discurso.
Percebe que mesmo com essa infinidade de perfis do mesmo nicho, cada um acaba abordando o tema de forma única? Em outras palavras, a linha editorial é a soma de todas as editorias que você produz e, ao mesmo tempo, é a essência da comunicação que você desenvolve em seu perfil e te torna único, diferente dos outros.
Exemplos de Editorias
Agora que você já entendeu tanto a lógica estrutural, como o lado mais subjetivo da Linha Editorial no Instagram, eu trouxe alguns exemplos de Editorias na prática para que você possa observar não só os formatos dos conteúdos, mas também as características, marcas de linguagem, design e valores presentes no discurso de cada um deles.
Tudo é Marketing
Na editoria “Tudo é Marketing”, Paulo Cuenca analisa as estratégias de marketing por trás dos temas mais comentados do momento ou casos clássicos de marcas e personalidades dentro e fora das redes sociais. O grande lance é aproveitar o timing dos temas em alta e surfar na onda de interesse sobre o assunto.
Como aplicar em seu perfil:
Esse é um tipo de editoria que se estrutura em torno de uma ideia e não de um formato. A prova disso é que ele já fez o “Tudo é marketing” no feed, nos stories e ao vivo na Quinta do Cuenca. Então, mãos à obra. Crie uma tese simples, marcante e que possa ser utilizada em diversas situações para gerar conteúdo. Exemplos: Nutrição: “Toda comida tem um lado bom”; Professor de dança: “Dança é o exercício mais completo”; Relacionamentos: “Mudar faz bem para a relação”.
Cultura pop
Em formato de carrossel, essa editoria faz um relato divertido envolvendo personalidades e os bastidores da cultura pop. Uma espécie de fofoca do bem. Nesse caso, além do design único, a linguagem utilizada também é carregada de identidade, com expressões e estilo de escrita próprios.
Como aplicar em seu perfil:
Quem são as grandes referências do seu nicho? Fale sobre os bastidores das grandes marcas, histórias marcantes dos especialistas e curiosidades sobre episódios que tiveram grande repercussão na sua área. Por exemplo, uma marca de Sapatos pode ter a editoria “Sapatos Icônicos” com uma série de conteúdos explicando a história dos modelos clássicos. Já um tatuador pode criar a editoria “A história por trás do traço” para revelar o significado e o contexto das tatuagens dos seus clientes (sempre com autorização, ok?).