Se você me acompanha há algum tempo, sabe que falar de símbolos é algo que sempre me interessa. Não à toa, esse tema apareceu na edição de estreia do Portal. E por mais que ele possa parecer um tanto complexo para quem tá chegando agora, a essência dele é a própria simplicidade. Então, quando algo parecer difícil, relaxa, pega um drink e volta, porque isso aqui pode mudar o seu jogo e potencializar seus resultados.
A primeira coisa que você tem que ter em mente é que cada elemento desperta um sinal, tipo aquele que o comissário Gordon projeta no céu para chamar o Batman quando ele precisa de ajuda. Esse exemplo serve para te fazer entender que tudo, tudo mesmo, é um batsinal pro nosso cérebro. Mas, isso não significa que estamos prestando atenção o tempo todo no que ele é capaz de perceber.
Se você está duvidando, basta prestar atenção no seu pé agora. Até pouco tempo atrás ele não era o foco e, provavelmente, você não reparou no que ele estava “sentindo”. A sensação de frio (ou calor), ou mesmo o impacto do peso do corpo, foram esquecidos por um tempo. Mas, no momento que aquilo volta a ser o centro das atenções, você é capaz de perceber exatamente tudo o que está acontecendo. Ou seja, somos capazes de captar muito mais estímulos do que podemos imaginar.
Vou te provar isso com uma aula sobre símbolos, que é parte essencial do branding de uma marca, tornando a comunicação ainda mais intencional. Essa é a mágica da simbologia: ela entrega muito mais do que a gente poderia transmitir só com palavras. E chegou a hora de você dominar essa arte.
Não tenha dúvidas
Tudo pode ser simbólico. E é justamente aí que muita gente se enrola, já que os símbolos não tem uma única interpretação e nem uma explicação exata. O motivo disso é que eles dependem da “bagagem” de quem está observando, e passam por uma interpretação. O melhor disso é que cada um pode criar o seu próprio símbolo e, quanto mais ele se torna conhecido e sobrevive ao tempo, mais forte ele fica. Vamos olhar melhor para isso!
Não existe uma interpretação única
Se você reparar nesse MacBook Air que estou usando, vai localizar a logomarca da Apple ali no centro. A maçã mordida é o símbolo da empresa, e muita gente associa esse ícone à tecnologia e inovação, que é justamente a essência da marca (a detalhou tudinho no Portal #012). E à medida que a empresa cresceu, mais esse sentimento foi validado. Apesar disso, quem conhece a história de Adão e Eva também relaciona a maçã ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o que traz outro peso para a interpretação da maçã mordida. E não tem resposta certa para isso, já que é da natureza dos símbolos uma interpretação individual a partir de influências histórias, culturais e particulares.
Estamos lidando com o inconsciente
Se você deseja entender um pouco mais sobre símbolos, recomendo que tenha uma mãos esse livro de Carl G. Yung. Ele é um verdadeiro almanaque de simbologia capaz de nos fazer imergir no inconsciente coletivo da humanidade, com a ajuda de ícones e referência míticas. Compreender o que está por trás de um arquétipo é fundamental para quem deseja transformar a sua marca em um símbolo facilmente reconhecido. De toda forma, eu vou te dar o caminho das pedras para alcançar isso já já. O que é preciso reconhecer, a partir de agora, é essa capacidade inata do ser humano de reunir informações, ideias e mitos a nível inconsciente. Isso virá à tona quando você se deparar com um determinado símbolo. De alguma forma, desde pequeno, somos apresentados a eles e guardamos memórias que serão usadas lá na frente.
Símbolos despertam memórias
O que essa imagem comunica? Estamos a um passo de experienciar um mundo de realidade virtual e esse óculos carrega, justamente, a chave de conexão com ele. Quem olha para essa foto, automaticamente, se lembra de algo que já viveu, ou associa a imagem aos filmes de ficção. Se você já leu Asimov e conhece a três leis da robótica, pode até ficar gelado imaginando o que vem pela frente. Esse sentimento seria totalmente diferente se eu estivesse usando uma máscara N95 Pff2, porque a lembrança seria a da pandemia, dos anos que passamos em isolamento e das perdas incalculáveis. Isso tudo serviu para te mostrar que os símbolos despertam memórias que se misturam com sua interpretação particular, o contexto histórico e cultural.
O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na vida cotidiana, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional (…) Uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato. Esta palavra ou esta imagem tem um aspecto “inconsciente” mais amplo, que nunca é precisamente definido ou inteiramente explicado. Carl G. Jung
Um pouco do que o Paulo Cuenca fez
A melhor forma de aterrizar essa compreensão simbólica na construção de uma marketing, é observar como isso é feito na prática. Por isso vou te mostrar o que o Paulo fez, com a ajuda de alguns elementos.