Qual é o segredo de um canal de sucesso no YouTube?

“Nós aproveitávamos os conteúdos do YouTube para criar conteúdo para o blog. Além disso, fazíamos várias chamadas nos stories, direcionando para o YouTube – sempre utilizando fotos bonitas de viagens e culinária. O mais interessante é que, para todas as viagens, tínhamos um checklist do que fazer. Por exemplo, antes de viajar, sempre elaborávamos um roteiro, partindo de São Paulo com tudo planejado, desde os lugares a visitar, fotos que precisávamos tirar e até os títulos para o YouTube. Isso fazia com que a gente direcionasse a viagem para os pontos mais interessantes. Mas aí você pode se perguntar: “isso não deixava o conteúdo engessado”? E a resposta é: NÃO. Claro que, se houvesse um imprevisto mais interessante, nós éramos flexíveis. Só que, mesmo assim, a gente sempre tinha um título pronto para não ficarmos sem saber o que postar. Essa estratégia gerava, pelo menos, quatro matérias no blog.

Como foi a transição do YouTube para o Instagram?

O processo de criação de conteúdo acelerou muito com as redes sociais. Então, a criação do conteúdo passou de um vídeo a cada 15 ou 21 dias no YouTube para, pelo menos, seis conteúdos diários no Instagram. E mesmo sendo uma virginiana que gosta de planejamento, reconheço a importância de postar conteúdo rápido, principalmente quando existe alguma pauta quente. Afinal, as pessoas são extremamente imediatistas, e não querem esperar para saber sobre um assunto… Só para você ter uma noção, eu evitava postar spoilers de viagens antes do material do YouTube ficar pronto. Por que se eu postasse e viajasse para outro lugar, a galera já não queria mais saber da viagem anterior. Por exemplo, quando viajamos para a Rússia durante a Copa, tivemos uma estratégia brilhante, levando um membro da equipe para gravar, editar e postar o conteúdo no mesmo dia.

Qual é o seu maior diferencial diante de tantos criadores de conteúdo?

O nosso maior diferencial era proporcionar não só uma revisão técnica, mas nosso próprio ponto de vista, em um tom mais descontraído, que não fosse jornalístico. Inclusive, muitas marcas nos convidavam para visitar lugares, mas nós sempre deixávamos claro que se tratava de nossa curadoria, e que nós fazíamos questão de pagar a conta por isso. Afinal, se um lugar não atendesse nossas expectativas, a gente teria a liberdade de não compartilhar sobre aquele local para não deixar nossos seguidores terem uma experiência ruim. A gente sempre prezou, tanto pela qualidade do conteúdo quanto pelo cuidado de compartilhar apenas o que valia a pena. Isso criou uma confiança única com nossos seguidores, algo que, inclusive, eu acredito que está se perdendo hoje em dia, com tantas publis. Muitos influenciadores estão perdendo a autenticidade por postar só marcas e locais que estão pagando, e nós jamais faríamos isso.

Qual é o seu conselho para quem quer fazer a transição de carreira?

Quando fizemos a transição do nicho de culinária para o de viagem, adotamos títulos e fotos relacionados à comida para não deixar de engajar o público. Inclusive, nós fomos na contramão do que a galera do Google nos aconselhou (risos). Eles disseram para a gente criar um canal novo, mas nós teimamos e continuamos com o mesmo. Mesmo assim, nos tornamos o maior canal de viagens do Brasil. Por isso, o conselho para quem deseja fazer transições em qualquer área é encontrar uma ligação entre os dois. Depois, faça uma transição aos poucos, mantendo alguma conexão. Porém, é essencial seguir o próprio caminho, mesmo que isso gere críticas. Afinal, eu recebi muitas críticas. Mesmo assim, muita gente ainda confia em tudo o que vendemos pela nossa credibilidade na curadoria de viagem e culinária.