Você teria coragem de realizar uma palestra desse jeito: sentado em um vaso sanitário? Pois foi exatamente isso que eu fiz no dia três de setembro em um dos maiores eventos de marketing digital do país: o Fire Festival da Hotmart.
E a inspiração veio da vontade de falar sobre algo que é tão comum que quase ninguém fala: um dos lugares onde a gente mais consome conteúdo, que é justamente na privada. Ou você nunca levou o celular pro banheiro? O mais surpreendente dessa história é que ideias excelentes saem de momentos como esse, que tiram a gente da pressão do dia e dia e abrem espaço para a criatividade aparecer. Ela não aparece à toa, é claro… Mas calma que eu vou chegar nesse ponto.
Meu objetivo agora é te mostrar que, apesar da vida não ser feita de ideias e sim de ações e resultados como a gente costuma chamar no mundo dos negócios, ter um insight, uma sacada que “ninguém pensou”, é algo que realmente pode mudar o seu jogo.
Muita gente me pergunta como ser mais criativo esperando que exista uma resposta única. São pessoas tão acostumadas a um mundo cheio de regras que se acostumaram a cagar regra o tempo todo – ou acreditar em regras já pré-estabelecidas no mercado.
E a internet não tá isenta disso. Com o passar do tempo o marketing digital foi se profissionalizando e, muitas vezes, ele parece um campo minado cheio de regras que criam mitos sobre taxa de conversão, gatilhos mentais ou arquétipos de marca que seriam fórmulas mágicas.
Nem as regras, nem as fórmulas mágicas mudam o jogo de ninguém… Quer saber o que é capaz de mudar de verdade? Vem que eu te mostro no caminho.
Como olhar para as regras sem se limitar
Antes de começar eu preciso mandar a Ferroada: quem te ensina alguma coisa, na maioria das vezes, teve a ousadia de descobrir sozinho. Você faz algo muito parecido toda vez que lê o Portal e aplica a transferência de domínio. Ou seja, você estuda possibilidades e acumula referências, mas não segue regras prontas. No início esse parece ser o caminho mais difícil. Depois você descobre que esse é o único caminho para encontrar a sua própria fórmula secreta. Só ela vai te fazer crescer no Instagram, em outras redes, ou mesmo alcançar suas realizações pessoais. Sabe aquele papo de que “enquanto você não viver o seu sonho, você vai viver o sonho de outra pessoa”? É exatamente isso. Toda vez que eu bato na tecla que você precisa conhecer a marca antes de criar a linha editorial dela, o princípio é o mesmo.
Eu te contei que fui convidado a dar uma palestra no Fire e na hora de criar algo pro evento eu pensei: o que todo mundo faz? Uma sequência de slides, constrói uma narrativa, segue um planejamento… Mas e se não existissem os slides, como seria? E se ninguém me conhecesse e eu precisasse chamar atenção com algo que fizesse as pessoas pararem para me ouvir? De “e se” em “e se”, nasceu isso aqui: uma sequência de cartazes, uma privada e a cara de pau de viver o que eu ensino (e compartilhar isso).
Uma palestra especial para você
A partir de agora vou te mostrar um pouco do que eu levei para o Fire.
A p#rr@ do funil
Mas chamar a atenção não é o suficiente, você precisa envolver a audiência. Quando eu abro um cartaz desses na rua, as pessoas olham para mim. Se eu abaixar a cabeça, será que alguém vai me ouvir? Aposto que não. No fim das contas você é o melhor vendedor: das suas ideias, dos seus produtos, da sua história, da transformação da sua marca… O funil de vendas, que nos lembra que o cliente percorre uma linha de entendimento até comprar de você – não é uma regra marcada em pedra. Ele nos ajuda a entender o comportamento médio dos clientes, mas nada impede de você vender algo de primeira nem emplacar um conteúdo topo-meio-fundo. A ousadia também vende, na medida certa. Você pode chamar a atenção com a sua narrativa, mas o que envolve o público é fazer com que a pessoa perceba que a história é sobre ela (e não sobre você ou a sua marca).
Você não é criativo porque você conhece regras demais
Todo mundo quer ser criativo, mas por que mesmo? Porque a criatividade chama a atenção e faz com que as pessoas parem para te ouvir. No nosso universo marketeiro isso também pode baixar o custo de aquisição do cliente – ou seja, você tem que investir menos (tempo ou dinheiro) para conquistá-lo. Pense em tráfego pago, por exemplo: um anúncio criativo converte mais do que um tradicional porque ele envolve o público naquela narrativa, muitas vezes, usando apelos visuais, estéticos ou emocionais. Tá bom, Paulo, mas o que é ser criativo? Vou resumir dizendo que criatividade é apresentar soluções de formas diferentes.
Você se apega às regras erradas?
Um dos maiores problemas das regras é a limitação, sobretudo, da criatividade. É claro que não dá para deixar de lado a ética nem a responsabilidade social mas, tirando isso, estamos em um campo de experimentação. Basta lembrar que quando o Uber começou, a convenção era andar de táxi mas, ainda assim, esse padrão não foi uma barreira. Pelo contrário, as regras nos dão pistas de qual é o padrão, seja do mercado, do padrão de comportamento do seu nicho ou até da sua própria empresa. Quando conhecemos o que é “comum”, fica mais fácil pensar em algo diferente e usar isso para quebrar o padrão – que, geralmente, leva a um conteúdo mais criativo. Essa também é a lógica utilizada no marketing do absurdo.
Crie o seu próprio mercado, estabeleça novas regras e se divirta no processo.
O caminho natural, à medida que você adquire experiência e transforma seus aprendizados em conhecimento, é aumentar a confiança e construir autoridade. Mas como isso só se consolida mesmo com o tempo, a diversão é o elemento mais criativo que você pode usar nesse processo. Além de te ajudar a alcançar seus objetivos, fazer as coisas com menos seriedade vai te ajudar a reduzir a expectativa, não se acomodar, se importar menos com o que outros pensam e ter mais espaço para ser quem você é.