Talvez você não saiba, mas tudo começou com um estudo acerca da natureza autoreplicante dos genes. Isso mesmo. O que chamamos hoje de meme tem dna científico. Se prepara para essa aula de ciência.
O termo meme é uma abreviação de memética, campo de estudo que visa desvendar o que transforma algo banal (um elemento, um comportamento, uma música, um gesto, uma expressão, uma imagem..) em algo extremamente replicável. Estamos falando de uma espécie de epidemia cultural.
A origem do termo se deu no livro O gene egoísta do biólogo Richard Dawkins. Nele a visão cultural ganha foco a partir de relações matemáticas que buscam explicar comportamentos, relacionando memória e a própria biologia humana.
A partir daí surge uma análise dos fatores que envolvem o surgimento de um meme. Avançando a história para o final: o que se sabe é que não existe uma única causa para que algo se torne um fenômeno. Ou seja, ele não é caracterizado por um evento isolado. Ainda assim, existem alguns fatores recorrentes em todos eles.
Então, portaleiro, já anota aí: um meme só existe quando se torna replicável por um grupo. Ou seja: ele causa identificação ao ponto de propagar uma ideia de forma rápida. Tá parecendo muito abstrata essa explicação? Então rebobina a fita porque, em geral, a linguagem usada em um meme é simples, quase óbvia – com aquele pulo do gato: ela é facilmente reconhecível por um grupo específico. E é por isso que, nem sempre, todo mundo entende.
Mais uma lição deflagrada por Dawkings é que os memes variam, e quanto mais eles se transformam, mais eles alcançam novos grupos e aí sim, surge uma verdadeira epidemia. O vídeo do @zachking aqui do lado é uma referência para quem deseja unir vários desses elementos de forma única, construindo sua própria marca. E sim, no final do vídeo você vai encontrar um gato jogando baralho.
Agora que você conhece os poderes contagiosos dos memes, é hora usá-los (com estratégia) no seu conteúdo.
Algumas referências menos óbvias para você se inspirar
Use uma música para chamar atenção
Para você entender exatamente o que eu quero te dizer, basta se lembrar da cena clássica do filme Kill Bill. Nela, Elle Driver caminha assobiando a música ‘Twisted Nerve’ de Bernard Herrmann’s. Essa música já havia sido utilizada na trilha do filme A Morte tem cara de Anjo, inclusive. Se você for curioso e apertar o play muito provavelmente começará a assobiar junto. Esse fenômeno tem relação com o mesmo superpoder dos memes. Usar músicas como essa te ajudam a despertar a atenção do seu cliente ainda que ele não saiba exatamente o porquê. Use esse recurso com estratégia, afinal, aquelas músicas chiclete seguem o mesmo princípio. Espero que essa reflexão te ajude a ser mais intencional na hora de selecionar qual música tocar nos stories ou no seu próximo vídeo!
O meme de milhões
Estamos falando, literalmente, de dinheiro aqui. Uma das características mais icônicas de um meme é a sua capacidade de se moldar a todo formato de conteúdo. E o mercado de criptomoedas não ficou de fora dessa. De acordo com os seus criadores, a Dogecoin, “moeda-meme”, começou com uma brincadeira e acabou se tornando uma das altcoins (criptomoedas que não são bitcoins) mais conhecidas do mercado. Outra cripto, a Shiba Inu, principal concorrente da Dogecoin acabou se popularizando de forma similar. O que começou com uma brincadeira rendeu um novo case sobre como os memes podem afetar a construção de uma nova cultura.